( a fusão Boeing e Embraer)
Começaram os ataques contra as futuras possíveis privatizações. Começando pelas que já foram privatizadas, como é o caso da EMBRAER. Legalmente isto pode ser feito já que a Golden share dá essa permissão ao governo para discutir uma possível venda e/ou fusão da Embraer com outra empresa. As ações sindicais e da justiça levam sempre em conta em primeiro lugar os chamados "interesse nacionais" principalmente no que toca a assuntos estratégicos. Não aprofundam naturalmente que esta decisão de uma empresa privada, com capital de acionistas privados, deve considerar as suas reais necessidades de negócio. Frequentemente tivemos uma prova cabal de que a segurança pública foi claramente afetada pela greve dos caminhoneiros, cujo monopólio é totalmente estatal da Petrobras. Os sindicalistas, que agora estão com a vida um pouco mais difícil, por conta da reforma trabalhista, e a justiça onde seus servidores (chova ou faça sol) tem seus salários e vantagens garantidos, se dão ao luxo (de forma míope) em confrontar a desestatização dos negócios. Ou pensam que fusões de empresas se dão apenas por vontade/vaidade dos seus acionistas? Não conseguem enxergar que esse pode ser o único caminho para sobreviver em um mercado internacional superconcorrido que ameaça a a própria sobrevivência da empresa? Esse é o quadro que se anuncia para o próximo governo, que se coloca pró desestatização, ou seja, uma postura contra o "cabide de emprego", a favor de uma gestão eficaz e com investimentos próprios que garantam a sustentabilidade do negócio. Enquanto tivermos burocratas de plantão dando as cartas e sindicalistas míopes continuaremos com crescimentos econômicos pífios, com a consequente dificuldade de aumento de renda e emprego.
JOÃO TEIXEIRA DE AZEVEDO NETO
FONTE : Nova
escaramuça política contra privatizações ( O globo 8/12/2018)
Ação petista para conter fusão entre
Embraer e Boeing antecipa o que haverá no governo Bolsonaro
Se
a Embraer deixou de ser estatal há muito tempo, parece um contrassenso o pedido
de liminar, aceito pela Justiça Federal de São Paulo, de deputados petistas,
contra a fusão da empresa coma americana Boeing, no segmento de aviação
comercial da fábrica brasileira. Os deputados Paulo Pimenta (RS), Carlos
Zarattini (SP), Vicente Cândido (SP) e Nelson Pelegrino (BA) usam, porém, o
fato de a empresa, na privatização, h ave remitido uma “Golden share”, para o
Estado dar a palavra final em decisões estratégicas. E na empreitada se movem
por força da ideologia do nacional-populismo da esquerda do pós-guerra, que,
entre seus mais fracassados frutos, ostenta a debacle da Venezuela em todos os
aspectos — social, econômico e político.
É
neste ponto que o nacional-populismo de esquerdas e encontra coma direita de Trump,
para combatera globalização. O resultado prático do que tentam fazer os
parlamentares será impedir que a Embraer sobreviva na cada vez mais acirrada
concorrência no segmento de aviões comerciais de pequeno e médio portes, depois
que a grande rival da Boeing, a europeia Airbus, fez o mesmo com a canadense
Bombardier, adquirindo da fábrica a linha dos jatos das Séries C, concorrentes
dos Embraer mais modernos.
Não
haverá chance de a fábrica brasileira sustentar os resultados positivos que tem
conseguido nesta concorrência sem o apoio comercial e industrial da empresa
americana. Mas, como ideologia é cega, isto não importa para os petistas. Outro
aspecto desta disputa é que a concessão da liminar pelo juiz Victorio Giuzio
Neto faz antever as dificuldades, nos campos jurídico e político, que o governo
de Jair Bolsonaro enfrentará para executar o necessário programa de
privatizações defendido pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, com a
finalidade de abater parte da pesada dívida interna. Os petistas pedem para que
o governo use sua “golden share” para barrar o negócio. Se não, que a Justiça
subordine a efetivação do negócio a uma autorização explícita do Congresso. Não
por coincidência, é a mesma reivindicação que consta do pedido que levou o
ministro Ricardo Lewandowski, também liminarmente, a suspender a venda de subsidiárias
deficitárias da Eletrobrás. O ministro, no entanto, voltou atrás diante das
informações que lhe foram prestadas pelo BNDES, a pedido dele mesmo. Espera-se
que o juiz Giuzio Neto siga o exemplo. Move-se, por trás dessas iniciativas,
interesses sindicais e de corporações que se sentem ameaçadas pela
imprescindível abertura do Brasil ao mundo. Mesmo entre as dez maiores, a
economia brasileira ainda é muito fechada. É um modelo autárquico com
sustentação política entre empresários, sindicatos de trabalhadores e dentro de
aparelhos de Estado. Vencer estas resistências torna-se crucial para criarem-se
empregos de nova geração, a fim de substituir os que desaparecem na esteira do
avanço tecnológico. Os sindicatos devem ser protegidos deles mesmos.
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