BRUMADINHO E A GESTÃO DO RISCO
A GESTÃO DO RISCO
Qualquer grande
corporação tem que fazer a gestão do risco do seu negócio. Isto se aplica à Vale
como também para a Petrobras que foi alvo de elevada corrupção pelos seus gestores.
Aprendi profissionalmente (pela escola
americana) a necessidade de uma empresa dedicar um grande grau de preocupação com
a segurança de todos os seus fatores de produção e, em especial, com todo os seus
“stakeholders”. Uma das partes mais relevantes para reflexão é o “acionista” da empresa. Na construção de um “plano de contingência” de
riscos por uma empresa o método” What if” ( e se) é vital para criar inúmeras possibilidades
hipotéticas e seus consequentes planos de ação. No caso de “Brumadinho" a pergunta
mais óbvia é: O que fazia um refeitório e um prédio administrativo no percurso
dos rejeitos expurgados pela barreira de contenção?
Uma ação dolosa e/ou
culposa dos gestores de uma empresa deve ser naturalmente ressarcida aos stakeholders,
principalmente a família dos empregados. No caso específico dos acionistas haveria
algo adicional para considerar. A Petrobrás por exemplo pagou 3.4 bilhões aos
acionistas americanos para encerrar a demanda judicial na “operação lava a jato”.
Que saibamos a mesma operação não foi feita no Brasil. Um acionista quando
investe no papel de uma empresa a meu ver passa a ser um “socio torcedor” complementando
os sócios atletas que são o conselho de Administração e os executivos da empresa,
responsáveis diretos pelos resultados do negócio. Esses sócios torcedores são donos
de parte empresa. Poderiam investir o
seu dinheiro na dívida pública do governo, que usualmente apresentam rentabilidade
menor do que os negócios (principalmente nos Estados Unidos). Portanto a opção
de ser socio torcedor é uma” opção de risco”, que a meu ver não deveria ser
bancada pela empresa e sim assumida por eles que optaram por correr o risco e
ganhar mais do que a rentabilidade usual da renda fixa oferecida pelo mercado. Isto,
sem levar em conta que quando você ressarce apenas os acionistas majoritários esquece
dos minoritários e , dependendo do caso, como no Brasil em uma empresa estatal ,
o tesouro nacional pode ser obrigado a cobrir o prejuízo com o nosso dinheiro púbico.
São apenas questões para
reflexão já que a próxima fase desse trágico acidente será exatamente a de discussão
dos prejuízos e ressarcimento aos “stakeholders”.
Fonte:
http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/t/videos/v/numero-de-mortos-em-brumadinho-mg-sobe-para-58/7333088/
JOÃO TEIXEIRA DE AZEVEDO NETO
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